ISO 27001:2022
A norma ISO 27001 define os requisitos de um Sistema de Gestão de Segurança da Informação – SGSI.
Objetivo: Proteger ativos de informação contra ameaças internas e externas.
Algumas bancas, como a Cebraspe, costumam cobrar os controles relacionados à segurança da informação conforme listados na Tabela A.1 da norma original.
Possui como objetivo a provisão de requisitos para:
- Estabelecer
- Implementar
- Manter
- Melhorar Continuamente
A norma é dividida em 10 tópicos:
- Escopo
- Referência normativa
- Termos e definições
- Contexto da organização
- Liderença
- Planejamento
- Apoio
- Operação
- Avaliação de Desempenho
- Melhoria
A atualização da ISO 27001 trouxe quatro principais motivadores:
- Ênfase no gerenciamento de riscos – A norma reforça a importância de identificar, avaliar e mitigar riscos, alinhando-se com a ISO 27005.
- Integração com outras normas – Houve maior sinergia com outras normas da família ISO e áreas correlatas, promovendo uma gestão integrada além da Segurança da Informação.
- Apoio à conformidade com a LGPD – A nova versão oferece mais suporte às organizações que precisam seguir a Lei Geral de Proteção de Dados.
- Melhoria na estrutura da norma – Os requisitos foram reorganizados para facilitar a usabilidade e o entendimento por parte dos usuários.
1 - Escopo
O documento define os requisitos para criar, manter e melhorar continuamente um Sistema de Gestão da Segurança da Informação (SGSI). Também aborda a avaliação e o tratamento de riscos, adaptando-se às necessidades da organização. Os requisitos são genéricos e aplicáveis a qualquer organização, independentemente do seu porte ou setor.
Nenhum requisito das Seções 4 a 10 pode ser excluído caso a organização queira estar em conformidade com a norma.
2 - Referência Normativa
Apenas uma referência de que a norma está ancorada na família 27000, que abrange uma série de outras questões no âmbito da Segurança da Informação.
3 - Termos de Definições
Mera referência aos termos e definições presentes na família 27000.
4 - Contexto da Organização
4.1 -Entendendo a organização e seu contexto A organização deve determinar as questões internas e externas que são relevantes para o seu propósito e que afetam sua capacidade de alcançar os resultados pretendidos do seu sistema de gestão da segurança da informação.
4.2 – Necessidades das partes interessadas:
A organização deve identificar quem são as partes interessadas relevantes (como clientes, órgãos reguladores, parceiros etc.), entender seus requisitos (legais, contratuais, regulatórios) e decidir quais serão atendidos pelo SGSI.
4.3 – Definição do escopo:
A organização deve definir claramente o que o SGSI vai abranger, considerando fatores internos e externos, os requisitos das partes interessadas e as interações com terceiros. O escopo deve ser documentado.
4.4 – Implementação do SGSI:
A organização deve criar, operar, manter e melhorar continuamente o SGSI, com todos os processos necessários, conforme os requisitos da norma.
5 - Liderança
A liderança da organização tem papel essencial no sucesso do SGSI, adotando uma abordagem top-down — ou seja, o comprometimento começa pela alta direção.
Principais responsabilidades da liderança:
- Participar ativamente da definição da Política de Segurança da Informação (POSIC).
- Definir papéis, responsabilidades e autoridades ligados à segurança da informação.
- Apoiar e promover a melhoria contínua do SGSI.
Sobre a POSIC (Política de Segurança da Informação):
A Alta Direção deve garantir que a política:
- Seja adequada à organização.
- Estabeleça ou forneça base para objetivos de segurança.
- Demonstre compromisso com requisitos legais e normativos.
- Promova a melhoria contínua do SGSI.
Além disso, a POSIC deve:
- Ser documentada.
- Ser comunicada internamente.
- Estar disponível às partes interessadas, quando necessário.
Ela também é a base para outras políticas e normas internas e é onde se formaliza o papel do Gestor de Segurança da Informação, responsável por decisões na área.
Subdivisões do capítulo:
- Liderança e comprometimento
- Política
- Papéis, responsabilidades e autoridades organizacionais
Por fim, a Alta Direção pode delegar responsabilidades para que outros relatem sobre o desempenho do SGSI, reforçando uma gestão compartilhada.
6 - Planejamento
6.1.1 – Geral
A organização deve considerar seu contexto (interno e externo) e as partes interessadas para:
- Garantir os resultados do SGSI;
- Prevenir ou reduzir impactos negativos;
- Promover a melhoria contínua.
Deve planejar ações para lidar com riscos e oportunidades, integrando essas ações ao SGSI e avaliando sua eficácia.
6.1.2 – Avaliação de riscos
A organização deve:
- Estabelecer critérios de risco (aceitação e avaliação);
- Garantir que avaliações sejam consistentes e confiáveis;
- Identificar riscos relacionados à confidencialidade, integridade e disponibilidade da informação;
- Analisar as consequências e a probabilidade dos riscos;
- Avaliar e priorizar os riscos com base nos critérios definidos;
- Documentar todo o processo.
6.1.3 – Tratamento de riscos
A organização deve:
- Selecionar as opções adequadas de tratamento dos riscos;
- Determinar os controles necessários, baseando-se também no Anexo A da norma;
- Elaborar uma Declaração de Aplicabilidade, justificando inclusões e exclusões de controles;
- Criar um plano de tratamento dos riscos;
- Obter aprovação dos proprietários dos riscos e aceitação dos riscos residuais;
- Documentar todo esse processo.
6.2 Objetivos da Segurança da Informação
Os objetivos devem:
- Ser compatíveis com a política da SI;
- Ser mensuráveis (sempre que possível);
- Levar em conta os riscos avaliados;
- Ser monitorados, comunicados e atualizados;
- Ser documentados.
A organização deve planejar como atingi-los, definindo:
- O que será feito;
- Recursos necessários;
- Responsáveis;
- Prazos;
- Como os resultados serão avaliados.
6.3 Planejamento de mudanças
Qualquer mudança no SGSI deve ser feita de forma planejada e controlada, garantindo continuidade e eficácia.
7 - Apoio
a) Recursos
i. A organização deve determinar e prover recursos necessários para o estabelecimento, implementação, manutenção e melhoria contínua do SGSI.
b) Competência
i. A partir da determinação da competência necessária para as ações, deve-se assegurar que os responsáveis também tenham a competência devida, provendo a educação e capacitação necessárias, com a devida documentação dos processos.
c) Conscientização
i. Todas as pessoas da organização devem conhecer a POSIC e os demais documentos, criando uma ação integrada da organização.
d) Comunicação
i. Deve-se ter rotinas muito bem definidas de comunicações internas e externas para o SGSI, considerando “O QUE”, “QUANDO”, “QUEM” e “COMO”.
ii. Na versão anterior da norma ainda tínhamos o “PROCESSO” (o processo pelo qual a comunicação será realizada.)
e) Informação Documentada i. Por ser um procedimento formal e relevante na organização, deve-se estabelecer rotinas de documentação para o SGSI, permitindo a criação e atualização de maneira facilitada, com o devido controle e versionamento.
8 - Operação
A organização deve planejar, implementar e controlar os processos operacionais necessários para atender aos requisitos do SGSI e aplicar as ações definidas no planejamento (Seção 6).
Principais pontos:
- Estabelecer critérios claros para os processos e aplicar controles adequados conforme esses critérios.
- Documentar informações suficientes para garantir que os processos estejam sendo executados conforme o planejado.
- Controlar mudanças planejadas e analisar as consequências de mudanças não intencionais, mitigando impactos negativos.
- Controlar serviços e produtos terceirizados que tenham impacto sobre o SGSI.
8.2 – Avaliação de Riscos
A organização deve:
- Realizar avaliações de risco regularmente ou sempre que houver mudanças significativas.
- Seguir os critérios definidos anteriormente (em 6.1.2).
- Documentar os resultados dessas avaliações.
8.3 – Tratamento de Riscos A organização deve:
- Implementar o plano de tratamento de riscos definido na fase de planejamento.
- Documentar os resultados do tratamento de riscos.
9 - Avaliação de Desempenho
A seção 9.1 da ISO 27001 exige que a organização defina o que será monitorado e medido no SGSI, incluindo processos e controles de segurança, estabelecendo métodos válidos e consistentes para essa análise. Também é necessário determinar quando e por quem essas atividades serão realizadas, além de quando e por quem os resultados serão avaliados. Todo esse processo deve ser documentado, servindo como evidência da eficácia do sistema de gestão da segurança da informação e permitindo sua melhoria contínua.
Auditoria InternaA organização deve realizar auditorias internas periodicamente para verificar se o sistema de gestão da segurança da informação está em conformidade com os requisitos internos e com os da norma ISO 27001, além de garantir que ele esteja efetivamente implementado e mantido.
A organização deve planejar e manter um programa de auditoria interna que defina frequência, métodos, responsabilidades, critérios e escopo de cada auditoria, considerando a importância dos processos e resultados anteriores. Os auditores devem ser escolhidos de forma a garantir a objetividade e imparcialidade do processo, e os resultados devem ser comunicados à gestão relevante. Toda a execução e os resultados das auditorias devem ser documentados como evidência.
A seção 9.3 da ISO 27001 determina que a Alta Direção deve revisar periodicamente o sistema de gestão da segurança da informação para garantir sua adequação, eficácia e alinhamento com os objetivos organizacionais. Essa análise deve considerar mudanças internas e externas, necessidades das partes interessadas, desempenho do SGSI (como não conformidades, auditorias, metas e feedbacks), além da avaliação de riscos e planos de tratamento. Como resultado, devem ser tomadas decisões sobre melhorias e eventuais ajustes no sistema, sendo obrigatório documentar essas análises como evidência.
10 - Melhoria
A organização deve buscar constantemente aprimorar sua eficácia, adequação e relevância.
Em caso de não conformidades, é necessário reagir com ações corretivas que controlem, corrijam e tratem suas causas e consequências, evitando recorrências. Isso envolve análise crítica, identificação de causas, implementação de ações e verificação da eficácia das medidas adotadas. Todas as etapas e resultados devem ser documentados como evidência.